terça-feira, 1 de setembro de 2015

Semana "Eu"

Estou na semana menstruação ! 
Sou contra colocar a "culpa" das minhas atitudes nessa semana. É uma semana péssima para mulher, mas eu costumo analisar EM MIM (sempre pessoal, nunca geral), que devido ao inchaço causado pela retenção de líquidos biologicamente comprovados, eu fico impossibilitada de fazer algumas coisas que me fazem sentir bem na maioria dos dias do mês. Por exemplo: murchar a barriga , ficar sem "boinha" no jeans, vestir shortinho e saia sem aparecer TODAS as celulites da coxa, foto de rosto sem nariz tãão inchado, camisetas com braços mais finos... 

Aí, vai causando EM MIM uma impaciência com essa pessoa inchada que se apoderou do meu corpo, e com tudo relacionado a ela ... e durante essa semana tudo aumenta...ou nesse caso, diminui a...

tolerância 
to.le.rân.cia 
sf (lat tolerantia1 Qualidade de tolerante. 2 Ato ou efeito de tolerar, de admitir, de aquiescer. 3 Direito que se reconhece aos outros de terem opiniões diferentes ou até diametralmente opostas às nossas. 4 Boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas às suas. 

Na MINHA humilde e irritada opinião, "Tolerância" é uma escolha. Você ESCOLHE abstrair. Em relação aos meus filhos , eu uso meu nível de tolerância às atitudes "de risco" (aquelas que toda criança têm (uns com mais frequência que outros), tipo: gritos inesperados (escândalos), confrontos corporais (tapas, socos, chutes) , insistências seguidas de choro ( birra), desobediência fortalecida por negação estratégica (não!!!)...) como um medidor de tempo que tenho gasto com meus filhos. Quanto menos tolerância à essas atitudes, é sinal que preciso estar mais tempo com eles. Porque para mim, as atitudes de risco só provam que eles querem minha atenção para algo, e que existem áreas na educação deles que eu não estou enxergando, ou conseguindo chegar. (pela enésima vez...MINHA opinião). Só que durante essa semana não só o meu nível hormonal aumenta , como diminui proporcionalmente meu nível de tolerância, o que quebra o "conceito" acima descrito com tanto empenho "científico experimental".
É quando eu chego a conclusão que nesses momentos eu sou REALMENTE eu! 
Sem paciência para fingimento. Sem saco pra esconder os defeitinhos de uso (não de fabricação). E é aí que a ficha cai e que aprendo que auto controle e paciência devem ser nutridos diariamente, principalmente com as crianças.
Claro que, agora que descobri, quero viver meu " momento eu" com muita liberdade e sem amarras.
Então, por que  colocar a culpa de ser eu mesma na única semana do mês que não estou "tentando me encaixar no padrão para agradar a pessoa inchada que finge ser seca que se apoderou de mim"?
Durante uma semana eu posso (e quem está ao meu redor também) conviver com quem eu sou de verdade, com o SER cru! Cheio de impaciências e água (e nesse exato momento, Mojitos também) !!! E isso não tem nada a ver com TPM!!! Não mesmo!!!
 Eu, crua ,adoro chocolate e o como livremente; 
 Eu, crua, choro sem motivo e acho graça ( muita graça ) nos meus pensamentos; 
 Eu, crua, sou mais poeta e mais "ativista de direitos gerais"(a que briga por tudo); sou mais mãe e mais filha (quero colo o tempo todo); 
 Eu escrevo livros no meu pensamento em 5 minutos e rasgo todas as páginas em 5 segundos ( por isso não tenho nenhum ainda)... 
 Eu, quando sou eu, grito e abraço, brigo e peço desculpa, dou risada e choro com comercial de promoção de supermercado de bairro... 
 mas peraí... 
... se você perguntar aos meus filhos, eles vão dizer que eu sou sempre assim...então sobre o que eu estou falando aqui?
Hum...
Você pode até estar se identificando, mas eu crua também sou egoísta... Então vai procurar seu bloco e me deixa curtir só minha semana EU !!! 



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Adaptação na escola - A difícil entrega

(Escrevi esse post em Agosto do ano passado, não sei porque não publiquei. Estava aqui nos meus rascunhos e calhou de justamente agora Lia viver sua segunda adaptação na escola. Por isso resolvi não descartá-lo.)

Lia está em período de adaptação na escola. Eu posso, com experiência na causa, dizer que já vivi de tudo a respeito disso. 
Já vivi, como mãe, o "tchau mamãe, pode ir", já vivi o " Nããão quero ficaaar ", o "não quero ir "... Já passei pela semana de choro, pelo dia legal-dia ruim, e principalmente pelo momento "será que um dia ele vai acostumar com a escola".

Sou professora e vivo adaptações de crianças na escola com muita freqüência. A soma dessa experiência toda não faz, absolutamente, a adaptação da minha terceira filha mais fácil. Porque ela não sou eu. Ela não sabe essas coisas que eu sei. 
Ela ter irmãos também não torna a adaptação dela mais fácil porque a adaptação é DELA e ela não viveu a adaptação deles, porque ela é ela .
A única coisa que eu posso, com muito risco, talvez alegar como um possível auxiliador seja a transferência de ansiedade que a gente, naturalmente, passa para os filhos em certos momentos. E do mesmo jeito, deve haver uma "transferência de segurança " também. Mas é só. O resto todo depende da opinião-sentimento-humor dela. E ela está indo muito bem! Uma mocinha!



Existe um medo palpável de toda mãe em momentos assim. Medo de estar "apressando" um momento que acontece cada vez mais cedo, medo da criança sentir que está sendo rejeitada, medo de traumatizá-los, medo da escola não saber suprir o que a criança quer na hora que ela quer, medo de ter escolhido a escola errada, medo da criança gostar da escola e não precisar mais de você.
Eu tenho um pensamento, que é MEU, e como é meu eu posso fazer o que quiser com ele, até expor aqui...né?!
 A escolha da escola é difícil porque poucas pessoas pensam apenas nos próximos dois aninhos. A gente pensa logo em alfabetização, vestibular, M.I.T e Harvard!
Desde a entrada de Noah na escola eu passei a me preocupar menos com o "futuro" deles. Não por pessimismo. Mas por fazer uma volta ao meu passado e lembrar que independente de ser a MELHOR ou MAIOR escola do mundo, mais para frente, eles escolherão o uso desse aprendizado, que partezinha do cérebro ELES desenvolverão mais. E mesmo que tenham estudado na MELHOR escola do mundo, eles poderão (ou não) ter sucesso ao lado daqueles que estudaram numa "piorzinha"... vocês entenderam o que eu quis dizer, né?! Posso facilitar as coisas para eles, mas não posso mudar o caminho que escolherão para desenvolver suas habilidades.

 Calma! Antes de vocês se revoltarem contra a professora aqui... Eu falei que me preocupo MENOS. Numa escala "MÃE" de preocupação. Entendo que o ensino é valioso e que nessa idade do desenvolvimento eles precisam de base forte e tal...mas não é a escola que tem que se encaixar neles, eles é que têm que descobrir a escola. Senão, será sempre forçado, decoreba, ruim e raso. 
Isso não quer dizer que eu não escolho bem as escolas que eles estudam até porque trabalho em todas elas e escolho muito bem antes de aplicar meu currículo, pensando neles primeiro e no que a escola tem para oferecê-los e como eu poderei ajudá-la a fazer. Vibro com cada etapa e estimulo em casa com jogos e brincadeiras, quero vê-los desenvolvendo suas INTELIGÊNCIAS (todas as áreas).
Mas não penso em vestibular, não vou mentir e dizer que não me preocupo se meu filho está dentro da "média geral " de uma criança da mesma série por aí...alguns minutos depois me pergunto: "Por aí" por onde? Quem dita isso? E se amanhã a gente resolver ir para outro país? E se amanhã mudar tudo e nada desse padrão que vivemos hoje de ensino servir pra eles? 
Não posso permitir que vivam MINHA ansiedade futurista, baseada na "correria dos dias", na pressa do mundo...é injusto com eles.

Assim como decidi que só poderia fazer o que fosse HUMANAMENTE possível para cuidar e protegê-los, que não iria ficar colocando minha mão no nariz para ver se estavam respirando  nem  pirar cada vez que saíssem de casa com a babá e algo de ruim pudesse acontecer, Não posso ir além do que me cabe, não tenho o poder de prever o futuro. 
Entreguei todos os três a Deus no primeiro dia que cheguei em casa saindo do hospital. Prometi que faria , dentro da minha parte na vida deles, tudo o que eu pudesse. Pedi que Deus fosse Deus . Numa "parceria" , na verdade, numa súplica mesmo, confiando que, bem mais do que eu (por mais difícil que seja imaginar), Deus os ama e é o maior interessado em vê-los bem.
Hoje, nas escolas por onde eles passam, faço assim também. Faço a minha parte na escolha , Deus tem o papel Dele, e a escola tem o papel dela, e eu tenho que confiar...  porque não posso ir onde não chego.

domingo, 9 de novembro de 2014

O "Segredo".

Vou contar um segredo para vocês... Se segurem porque é um segredo daqueles bem secretos, daqueles que ninguém conta para os pais antes de serem pais, daqueles que mesmo quem sabe guarda lá fundo para não lembrar... aí vai, está preparado?
                                                          EDUCAR NÃO É FÁCIL.


Sempre que vemos, ou ouvimos, pais ou palestrantes falando sobre temas tipo: "Educação de crianças", ou "Limites", ou "Terceirização da educação"... são tantos títulos e temas, mas no final das contas, eu e Marquinho voltamos para casa com o mesmo pensamento na cabeça: EDUCAR NÃO É FÁCIL. 
Quer saber o que a gente acha mais fácil? Os dois extremos. 
Ser super radical e falar "não" pra tudo na tentativa de "blindar" seu filho a um mundo "exterior" a sua casa mas que, de uma hora ou de outra, entrará pela frestinha da porta, quer você queira ou não... 
Ou sendo super liberal, permitindo tudo e deixando que seu filho dite as regras, adaptando a casa inteira as vontades dele. 
Escolhemos o meio termo, e esse meio termo é o difícil... agora. 
É o cansativo... agora. 
É o mais chato... agora. 
Porque acreditamos (e já vemos em alguns momentos) no resultado desse "trabalho" todo.
Quando me perguntam,  como é que eu consigo colocar os três (um de 7 anos, outro de 5 e outra de 2) na cama ao mesmo tempo, às 21h toda noite?! Eu respondo: "Falando: Hey ho, let's go! E eles vão."
Claro que depois da piadinha eu termino explicando: Começou com Caique, pequenininho ainda, uns 6 meses, toda noite e tarde. Impondo horários, regras, fazendo uma rotina de banho, leite, musiquinha e oração e assim ele entendia que ia se repetir o mesmo que ontem, e de todo dia... mesmo quando eu estava cansada, mesmo quando o pai viajava, mesmo em dias de festa, porque nós entediamos que aquela era a idade de formar a rotina dele e qualquer exceção poria a perder todo um trabalho do dia anterior, de Caique em "aceitar" a regra e de nós criando-a. 
Parêntesis enorme: (Marquinho é a parte racional, que checa os prós e contras das decisões, eu sou a parte que executa ou então que pesquisa argumentos "bem fortes" para mudá-las, mas o mais importante, e que com certeza é o maior motivo de ter dado certo até hoje, é que decidimos antes de levar até eles, e mesmo que não concordemos em algo, alguém cede, e assumimos os erros e acertos juntos, porque acreditamos que qualquer coisa que fazemos pelos nossos filhos, é pelo bem deles, independente do que temos como casal).

Quando Noah nasceu, ele se adaptou a rotina da casa e não o contrário. E com Lia, foi beeeem mais tranquilo. Mas não foi fácil, ainda não é. 
Falo "não" muitas vezes ao dia (parte fácil), mas escolho os "não" que vou falar para que eles possam saber que ouvir "não" também é um privilégio.
Brigo, coloco de castigo, mando pedir desculpas (parte fácil), faço eles voltarem no portão para falar "bom dia", "obrigada" e ficam sem receber o que querem se, mesmo que uma vezinha só, eles não pedirem "por favor", mesmo entre eles. Isso entre centenas de outras coisas que acontecem por hora no nosso dia a dia.
São crianças e sei que em certas horas, mesmo debaixo dos nossos olhos, eles procuram um "escape" dessa rotina toda... nós também. E aí é onde está a beleza da maternidade (em minha opinião), está em saber que, apesar de seu, aquela pessoinha é outro ser, e que NADA que você faça vai mudar o que tem dentro dela... então o jeito é deixar que eles possam saber quem são "apesar de você",  e nesse lugar mora o equilíbrio. 
Deixar escolherem, mas explicando as consequências de cada escolha (parte difícil).
Não é fácil nem para eles, eu sei.
E eis que então, chega o dia em que eles dormem na casa de amigos, ou ficam um tempo grande fora da sua supervisão... sendo eles, com toda a "liberdade", expostos ao mundo "exterior"...


... e todo aquele "trabalho difícil" vai mostrando o resultado.


terça-feira, 30 de setembro de 2014

Você tem medo de quê?

Fiz questão de comprar um livro "lindo"(na história e nas ilustrações) chamado (em português) "Onde vivem os monstros" de Maurice Sendak.


Faço uma releitura desse livro, na minha cabeça "da imaginação" , na qual a rainha "de castigo" que governa a ilha dos monstros sou eu mesma. Eu sou responsável por cada um deles. E eles têm medo de mim.
Tenho muitos monstros.Uma infinidade de medos, e alguns eu preservo desde pequenininha.
Morro de medo de escuro.Tenho medo de ficar só (hoje eu até que preciso desses momentos, mas não gosto muito de me sentir só num ambiente, tipo SÓ mesmo). Tenho medo de espírito, de papo de alma, de filme de diabo e essas coisas.Quando era pequena assistia todos os filmes de terror da tv, cheia de "marra" junto com meu irmão, aí eu sonhava e não conseguia dormir.Passei então a não assisti-los mais.
Tenho medo de ser esquecida.Das pessoas não pensarem mais em mim. Tenho muito medo de doenças, em mim e nos que eu amo.
Meus filhos, como toda criança, também são bem medrosos. É engraçado observar (em silêncio) que eles tem os mesmos medos que eu. É aí onde eu aprendo que talvez o monstro que mora embaixo da cama, apesar de todos terem um,  não é o mesmo para todo mundo...



Observo as mães nas redes sociais e percebo que somos TODAS iguais!!! Até o "advento" do Facebook, o sofrimento da adaptação na escola parecia uma coisa só sua. Ninguém sofria de ansiedade e medo de traumatizar a criança mais do eu! Hoje eu percebo que  não existe exceção. E quando eu vou começando a achar que está acontecendo algo "INOVADOR" aqui em casa...alguém já postou uma experiência igual a minha. E com fotos!!!
Por isso ser "rainha dos MEUS monstros"é tão importante. Porque tenho certeza que eles são só meus. Consequências de minhas reações à experiências só minhas.
Tenho muito medo de errar. Quem não tem?
Tenho muito medo de que meu "avesso" apareça, mesmo que seja só uma costurinha.
Tenho um medo cruel de não aproveitar a vida agora.De estar perdendo algo.
Tenho medo da morte súbita, porque sei que ela não passa depois dos três meses de vida...
Tenho medo de decepcionar meus filhos.
Tenho medo de ficar louca e precisar tomar remédio.
E agora minha história mudou de livro... virou "A Chapeuzinho Amarelo" de Chico Buarque. 
Amarelada de medo.


domingo, 6 de julho de 2014

Mudar para caber dentro de mim.

Há um pouco mais de um ano eu tive uma conversa muito séria com Marquinho, e comigo mesma. Falei para os dois que eu ia mudar. Falei que eu ia descobrir como resolver meu problema de baixo auto-estima e que ia mudar. Fisicamente? Talvez. Precisava me redescobrir. 

Meu primeiro passo foi procurar minha endocrinologista, fazer meus exames de rotina e começar uma dieta. Eu nunca me achei feia, horrorosa. Sempre busquei nas roupas meu próprio estilo e me sentir bem nelas. De vez em quando visto algo que sei que Marquinho gosta e tal, mas busco ser eu na maioria das vezes e não ligo muito pra combinar, estar na moda... isso poderia ser uma prova que minha auto-estima não estava tão abalada assim, mas existe uma coisa nessa história toda de se gostar que está um pouco além da aparência, acho que em mim, é um pouco de enxergar minha importância no outro...um pouco também de me comparar e achar que falta sempre algo em mim... enfim, fui na endocrino e fiz meus exames.
Fui em busca de um cirurgião plástico porque queria muito consertar umas coisas que ficaram meio caídas e esquisitas após meus três filhos. Uma delas me falou que eu estava 10 quilos acima do meu peso "ideal" e que, mesmo que ela "operasse um milagre" em mim, no final das contas, eu ia continuar me sentindo mal. Acreditei nela e fui atrás de extinguir esses 10 quilos antes de recorrer ao "milagre".
Pedi a um amigo meu, que é personal, que me ajudasse com exercícios. Fui bem clara com ele com o valor que eu podia pagar e que eu não seria nenhuma corredora de maratona, nem rata de academia, eu só queria perder esses 10 quilos.
Comecei a fazer análise e a escrever no meu caderninho.

E começamos juntos em junho do ano passado. Eu, minha endocrinologista, meu amigo personal (Márcio), minha analista, meu caderninho e um monte de gente que suportou meus dias de glória, me ouvindo "pregar" sobre os benefícios da corrida e da reeducação alimentar, e a falar sobre abdominais e exercícios funcionais... E claro, meu marido e meus filhos que não morreram ou me amam menos por todas as 2 horas que gasto na academia e treinos.



Essas fotos do lado esquerdo não foram de 1 ano atrás. Foi de um pouco mais, acho que Lia tinha uns 6 meses. Mas foi minha pior forma nos últimos 2 anos. 

Gosto de um comentário que li um dia: "Não é o quanto pesa na balança que faz você se sentir bem. Você se sente bem com seu corpo quando veste uma roupa que você curte muito e ela fica, na sua opinião, linda em você." 
Minha auto-estima, como eu falei antes, não dependia só do meu corpo. Sei disso e experimentei claramente isso há uns dias atrás quando meu corte de cabelo não foi "100% aprovado". Meu corpo foi o motivo que eu escolhi pra iniciar essa mudança de atitude.
Reconheço que me sinto 80% mais feliz com o que visto e com quem eu sou fisicamente. E canto vitória com isso porque EU precisei decidir e literalmente CORRER atrás da minha mudança.
Perdi 10 quilos de julho a dezembro do ano passado, fiz cirurgia plástica de abdome e mama pra eliminar a pele que ficou. Corro feliz 5km e morrendo 7,5km (uma volta na lagoa Rodrigo de Freitas). Tento malhar 3 vezes por semana e tento manter uma alimentação aceitável durante a semana para dar umas escapulidas no fim de semana. Eu tento. Isso não quer dizer que eu consigo. Quando sinto que estou ganhando uns quilinhos, corro mais, como menos e tento equilibrar as coisas. 
O mesmo segue pra dentro da minha cabeça. Hoje já reconheço o inicio dos meus "surtos" (todo mundo tem um, mude o nome, chame até de ansiedade...mas todo mundo tem seu momento psicótico de fora do normal) e tento organizar as idéias, pesar as consequências... enfim... Viver o melhor que eu puder comigo mesma e com as pessoas que amo perto de mim.
Houve muito investimento. De grana, de tempo, de culpa, de esforço, de não comer... ainda existe. Mas acho que facilitou um pouco as coisas. É menos um detalhe na minha lista feminina de "auto-piedade e culpa hormonal". 

Hoje de manhã, passei pela pracinha que meus filhos estavam brincando com a babá, dei um beijo neles, e falei que ia malhar. Eles me entenderam. Eles não entraram numa tristeza profunda e infinita que ditaria uma crise na adolescência porque não fiquei na pracinha com eles para ir malhar. 
Descobrir isso é maravilhoso! Me fez correr mais. 





domingo, 8 de junho de 2014

Uni du nitê ... não escolho por você.

Casei virgem aos 22 anos. Foi uma escolha. Minha e do meu marido (porque, se fosse só eu, não ia dar pra segurar mesmo). Não fui obrigada. Na verdade, fui. Pela minha própria consciência e vontade. Uma vontade enorme de estar fazendo a escolha certa. Um medo GIGANTE de sofrer emocionalmente.
Não foi um exemplo que vi de alguém, não foi pela igreja ou religião, ou uma pessoa que me aconselhou, ou pais super protetores. Não. Não foi falta de maturidade ou desejo sexual pelo meu namorado. Tínhamos momentos de intimidade e muitas vezes ele tinha que me parar.Por que? Porque ele respeitava o desejo que os dois tinham de nos guardar até aquele dia.E com o passar do tempo o desejo de chegar nesse dia aumentava, tomado de curiosidade e vontade daquela decisão "funcionar".



E foi lindo. A "Noite de Núpcias" foi  "afundada" num sentimento de descoberta, respeito, amor e admiração. Eu me senti a mulher mais linda e mais desejada do mundo. A Lua de Mel inteira foi minha e dele. Por mais que a gente estivesse visitando um lugar novo e viajando, eu estava ali pra ele e ele pra mim. Posso até dizer, sem medo de parecer ridícula, que até hoje eu ainda estou aprendendo. Descobrindo coisas boas para mim e para ele.

Sempre falei pra todos que estão próximos da gente que essa foi a NOSSA escolha, NOSSA experiência. Não é uma bandeira, nem uma "regra" ou excesso de moralismo "amostrado"...
O fato é que eu vou contar nossa história para meus filhos e vou contar para eles sobre meus medos e minhas inseguranças sobre sexo. Mas eles vão fazer as escolhas DELES e isso é INEVITÁVEL. Em tudo!
Quando eu estava grávida e perguntavam qual era o sexo do bebê para a gente, respondíamos: "Não sei.Também nem adianta, ele ou ela pode mudar até os 15 anos." Era uma piadinha igual tantas outras que fazemos o tempo todo. Mas realmente, se era algo em que pensávamos, hoje não é mais, porque percebi que o amor é incondicional MESMO. Independente do que eles/ela fizerem ou escolherem durante a vida deles.
Não posso escolher por eles a religião, a carreira, o sexo do parceiro, o esporte, o estilo de música, a tribo e até mesmo o time de futebol. Uma coisa eu sei: nesse exato momento  da vida deles, ELES VIVEM DE EXEMPLOS. Tentamos ensiná-los através de nossas vidas e da vida dos que amamos e admiramos.
Levamos eles para igreja (quando vamos) e fazemos uma oração antes de dormir e em outros momentos, falamos sobre Deus e as coisas de Deus e tento responder perguntas "impossíveis" do tipo: "Quem é o pai de Deus? Como Deus fez meu coração? Se Jesus é o filho de Deus, quem é o pai dele que está com Maria?" Mas eles não são batizados ainda, porque acreditamos que o batismo é uma escolha de fé, que eles vão fazer por eles. Eles praticam esportes dentro de escolhas nossas nos baseando nas coisas que eles gostam. Eles ouvem as músicas que nós ouvimos. Ainda escolho algumas roupas deles...mas tenho plena consciência de que isso vai mudar já já.
Caique não é mais corinthiano roxo...gosta, mas diz que é flamenguista. Noah ama Luan Santana. Lia acaba com todas as minhas tentativas de penteado.
E os três, quase sempre, reclamam da roupa que escolho.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Uma rotina para amar

Gostaria de dizer aqui que sou uma aventureira. Uma mulher exploradora. Daquelas que pega todos os feriados e oportunidades de viajar, coloca uma mochila nas costas de cada um dos 5 membros da família e sai pelo mundo.
Gostaria de dizer que aqui todo fim de semana pegamos as "bikes"e corremos trilhas e florestas, colocamos as pranchas em cima do carro e saímos pelos melhores picos, tipo um reality do Multishow.
Um pouco de "infelizmente"e um pouco de "ainda bem" que não.
Sou rotineira, apesar de detestar a palavra "rotina". Aprendi com Elisa Lucinda ( Atriz, poeta, autora de livros e minha professora um dia desses) que a rotina não é um "mal" e sim uma necessidade. Quando o assunto é criança, ela é extremamente necessária aqui em casa.
Vou colocar duas palavras "opostas"juntas de novo, presta atenção: Aqui em casa, a ROTINA é RADICAL !
Hoje me perguntaram, de novo, como estava a adaptação das crianças na casa nova (mudamos no último sábado). Pensei comigo os porquês de, por acaso, não ter sido boa, achei alguns, mas a rotina é com certeza essencial para eles nesse momento e sou muito feliz por tê-la como "ferramenta" nas nossas vidas.
As crianças têm hora para almoçar, tomar banho e dormir...eles seguem um dia a dia bem confortável (até agora sem reclamações e com carinhas felizes) e dentro de um ciclo que acreditamos ser o melhor para eles, para nós dois como casal e para a babá também.
Muitas amigas-mães que converso falam da dificuldade de colocar horários e estabelecer regras com seus filhos. Sou muito, muito defensora do conceito de que cada criança é uma pessoinha, e que as MINHAS regras funcionam (por enquanto) AQUI, na minha casa. A gente, eu e Marquinho, não criamos todas elas da nossa cabeça. Misturamos um pouco do que tivemos nas nossas casas com algumas coisas que ouvimos e lemos e outras foram criadas a partir da necessidade deles. 
Ter começado tudo com Caique foi essencial. Caique foi um "ratinho de laboratório"da educação doméstica aqui de casa...o que não adiantou muito quando você recebe em seguida um Ornitorrinco pra criar (tipo Noah), mas enfim, valeu para criar a primeira rotina da casa. 
Não foi fácil. Ninei Caique em meus braços para dormir até uns 10 meses. Ele era meu bonequinho! Eu queria muito fazer isso! Até me ver presa a esse momento, e principalmente, vê-lo preso a mim nesse momento.Ele precisava de mim para pegar no sono e toda vez que acordava de madrugada, ele precisava de novo. Ah, claro! Falar que foi pro bem dele é "desculpinha" para eu me sentir melhor... bobinhos...sou mulher!!! Cheia de culpa! Deixar meu filho chorando no berço para aprender a dormir não me fazia sentir melhor! Mas foi essencial. E durou duas longas e chorosas noites. Assim como o desfralde da noite. As três mamadeiras da noite (#caiquemonstrinho). A chupeta...
Percebemos que a gente não podia subestimá-lo. Ele fazia tudo por instinto e imitação. De lá pra cá, Caique, Noah e Lia vão dormir as 21h TODA noite (claro que há exceções, o que fazem Noah pedir "peloamordeDeus" para ir dormir e sermos "obrigados" a sair das festinhas antes do parabéns). Eles deitam na cama, fazem a oração e tchau! 


Sei que apesar de ser uma ROTINA, eles são crianças, e como toda criança, crescem e mudam todo dia. Hoje é assim, amanhã pode mudar. Caique está crescendo e já não dorme igual aos outros dois, acorda mais cedo e fica sem sono algumas vezes na hora de dormir. Mas é como eu disse anteriormente, não dá para ter a mesma regra sempre. Não existe nada pronto.
Duas coisas são prioridades na hora de estabelecer as "regras" para eles aqui em casa: A NECESSIDADE e o BENEFÍCIO que irá trazer. Sabemos que o "sacrifício" no ato de estabelecer uma regra existe, mas já experimentamos e vimos que se for uma necessidade, nem vai ser tão sacrificante assim pra gente e para eles.
Quando começo a falar do dia a dia das crianças aqui em casa, sempre tento me escutar. Me julgo. Quero saber se estou sendo muito dura e aplicando só leis sem liberdade. Aí percebo que Noah é mais feliz quando dorme (eles não têm hora para acordar, só para dormir...mas eles nunca "internalizaram" isso...infelizmente). Vejo que Lia segue as regras e quer estar dentro delas, ser participante e integrada , ela demonstra isso quando colocamos um deles de castigo e ela pergunta: "E eu?" Caique se nega a fazer algo sozinho, tomar banho, comer e ir dormir, por exemplo.
Que bom.
Mesmo dentro de tantas regras e rotina, as crianças brincam, criam, cantam , gritam e correm. Não gostam "menos"de mim por ser rígida quando tenho que ser e por insistir que cada um tem sua cama e que, sair para trabalhar, malhar , jogar tênis ou namorar também fazem parte da rotina da casa. Vejo que elas fazem muito bem para os soldad...ops! Moradores aqui de casa. 

Toda essa rotina, por incrível que pareça, ajuda no meu casamento. Saio toda semana sozinha com Marquinho. 
Gostaria de dizer que vamos cada vez a um lugar diferente e exótico, em noites românticas e "calientes", sempre com muita dança e bebida... mas...eu não sei dançar.