domingo, 9 de novembro de 2014

O "Segredo".

Vou contar um segredo para vocês... Se segurem porque é um segredo daqueles bem secretos, daqueles que ninguém conta para os pais antes de serem pais, daqueles que mesmo quem sabe guarda lá fundo para não lembrar... aí vai, está preparado?
                                                          EDUCAR NÃO É FÁCIL.


Sempre que vemos, ou ouvimos, pais ou palestrantes falando sobre temas tipo: "Educação de crianças", ou "Limites", ou "Terceirização da educação"... são tantos títulos e temas, mas no final das contas, eu e Marquinho voltamos para casa com o mesmo pensamento na cabeça: EDUCAR NÃO É FÁCIL. 
Quer saber o que a gente acha mais fácil? Os dois extremos. 
Ser super radical e falar "não" pra tudo na tentativa de "blindar" seu filho a um mundo "exterior" a sua casa mas que, de uma hora ou de outra, entrará pela frestinha da porta, quer você queira ou não... 
Ou sendo super liberal, permitindo tudo e deixando que seu filho dite as regras, adaptando a casa inteira as vontades dele. 
Escolhemos o meio termo, e esse meio termo é o difícil... agora. 
É o cansativo... agora. 
É o mais chato... agora. 
Porque acreditamos (e já vemos em alguns momentos) no resultado desse "trabalho" todo.
Quando me perguntam,  como é que eu consigo colocar os três (um de 7 anos, outro de 5 e outra de 2) na cama ao mesmo tempo, às 21h toda noite?! Eu respondo: "Falando: Hey ho, let's go! E eles vão."
Claro que depois da piadinha eu termino explicando: Começou com Caique, pequenininho ainda, uns 6 meses, toda noite e tarde. Impondo horários, regras, fazendo uma rotina de banho, leite, musiquinha e oração e assim ele entendia que ia se repetir o mesmo que ontem, e de todo dia... mesmo quando eu estava cansada, mesmo quando o pai viajava, mesmo em dias de festa, porque nós entediamos que aquela era a idade de formar a rotina dele e qualquer exceção poria a perder todo um trabalho do dia anterior, de Caique em "aceitar" a regra e de nós criando-a. 
Parêntesis enorme: (Marquinho é a parte racional, que checa os prós e contras das decisões, eu sou a parte que executa ou então que pesquisa argumentos "bem fortes" para mudá-las, mas o mais importante, e que com certeza é o maior motivo de ter dado certo até hoje, é que decidimos antes de levar até eles, e mesmo que não concordemos em algo, alguém cede, e assumimos os erros e acertos juntos, porque acreditamos que qualquer coisa que fazemos pelos nossos filhos, é pelo bem deles, independente do que temos como casal).

Quando Noah nasceu, ele se adaptou a rotina da casa e não o contrário. E com Lia, foi beeeem mais tranquilo. Mas não foi fácil, ainda não é. 
Falo "não" muitas vezes ao dia (parte fácil), mas escolho os "não" que vou falar para que eles possam saber que ouvir "não" também é um privilégio.
Brigo, coloco de castigo, mando pedir desculpas (parte fácil), faço eles voltarem no portão para falar "bom dia", "obrigada" e ficam sem receber o que querem se, mesmo que uma vezinha só, eles não pedirem "por favor", mesmo entre eles. Isso entre centenas de outras coisas que acontecem por hora no nosso dia a dia.
São crianças e sei que em certas horas, mesmo debaixo dos nossos olhos, eles procuram um "escape" dessa rotina toda... nós também. E aí é onde está a beleza da maternidade (em minha opinião), está em saber que, apesar de seu, aquela pessoinha é outro ser, e que NADA que você faça vai mudar o que tem dentro dela... então o jeito é deixar que eles possam saber quem são "apesar de você",  e nesse lugar mora o equilíbrio. 
Deixar escolherem, mas explicando as consequências de cada escolha (parte difícil).
Não é fácil nem para eles, eu sei.
E eis que então, chega o dia em que eles dormem na casa de amigos, ou ficam um tempo grande fora da sua supervisão... sendo eles, com toda a "liberdade", expostos ao mundo "exterior"...


... e todo aquele "trabalho difícil" vai mostrando o resultado.


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