quinta-feira, 1 de maio de 2014

Auto-ajuda quem não se atrapalha

Esse não é um Blog com dicas sobre maternidade. 
Também não é poético ou com cartas que fiz para meus filhos. 
Nem politico.
Nem científico.
Nem rotulado.
Se eu fosse escolher uma prateleira para colocá-lo, seria a de "Auto-ajuda". Sou eu tentando me ajudar. Aprendi , na terapia, que a ajuda vem da mudança de pensamento e atitude, da aceitação, da entrega definitiva às coisas que você não consegue mudar ( para Deus quem sabe?), ou da desistência mesmo (algumas vezes ,porque a vida passa muito rápido para ficarmos batendo a cabeça na parede por algo que pode ter uma outra perspectiva). 
Por isso Auto-Ajuda. 
Se eu não me ajudar, ninguém na Terra vai conseguir fazê-lo. Ninguém é igual a ninguém. Mesmo que nascidos e criados no mesmo lar.
E de repente, me pego pensando que, em cinco anos pequenininhos , vi minha vida mudar radicalmente ! De egocêntrica e preocupada com meu umbigo gordinho à "mãe de três". Três vidinhas engraçadas , barulhentas, e até onde eu consigo enxergar bem felizes! Esse é um blog "diário", o que não quer dizer que vou escrever todo dia, nem que vou manter uma linha de raciocínio. Vou escrever minhas experiências e o que vier na minha cabeça. Como um grito. Um refúgio da tensão e preocupação dessa "função" extraordinária que "de repente", me foi dada.
(Abril /2013)

O ano passado foi um ano onde eu tive que me procurar. Eu precisava parar um pouco com essa vida que muito rapidamente vai acontecendo para descobrir de quem era essa vida.Quem é essa pessoa dona dessa vida. Eu não me reconhecia nela, porque talvez eu não aceitasse ser ela.

Fiz um curso de poesia falada. No curso eu tinha que escolher um poema, texto, qualquer coisa, de qualquer escritor e memorizar para no fim da semana eu interpretá-lo. No processo para memorizá-lo muita coisa acontece. Porque é preciso entendê-lo, sentir o texto, pensar no que o escritor pensava, pensar no que o texto é para você... claro que escolhi um texto de um escritor nordestino, Zé da Luz.Claro! Ia ser fácil! Eu ia interpretá-lo como ninguém! Até sotaque verdadeiro eu tenho!... bobinha!
O professor se ligou na hora!Parece que ele olhou através dos meus olhos e disse: "Muito fácil, Flávia! E sem comprometimento. Você precisa de Martha Medeiros. Você vai achar "carne"no sentimento".
Escolhi um livro, a cada poesia amarga e ácida, sentimento e carne dela me deixavam cada vez mais exposta. Escolhi uma. Chorei todas as vezes que li. Inclusive no dia da minha apresentação (na foto acima).
O momento da fala do poema foi bem especial. Porque não tinha ninguém que me conhecesse ali, mas eles estavam vendo a Flávia crua, sem filtros evangélicos, sem cuidados maternos, sem esse "auto-controle"que eu insisto em colocar em mim... E então eu pude enxergar quem eu sou...e voltei pra casa com medos e planos.
(quando fiz minha conta no facebook, eu escrevia em inglês. Porque na minha cabeça, eu tinha o orkut para os amigos do Brasil e o facebook para meus irmãos que moram fora e os amigos "gringos". Nada de muito. Fotos de Caique, minha e de Marquinho e isso que eu continuo fazendo. Quase nunca tomo lados ou partidos, não costumo defender ideologias ou comentar programas de tv. Uso para que os meus amigos saibam de mim, e me conheçam. Percebi que eu era uma das que me seguiam. Eu precisava "me ler"para me conhecer).
Entrei na análise. Sempre que saía de lá, eu escrevia meus sentimentos num caderninho. Tenho essa necessidade de escrever tudo. Quando contei isso para a psicóloga, ela disse que era porque eu precisava de mais tempo com ela, porque eu ainda tinha mais coisas para falar...bobinha ela! Se eu tivesse mais tempo com ela eu ia precisar de mais outro caderno.



Escrever me acalma, me sublima, me "extesia", me anestesia, me socorre, me eleva, me alimenta. Escrever me esvazia e me terapeuta. Escrever me dá idéias, me melhora, me "upgreida". 
Digitar ajuda...mas escrever... desfilar com a ponta de qualquer coisa no papel é a sensação mais "orgasmática"do mundo para mim. Adoro sexo. Não troco por nada. Mas algumas vezes, para completar a noite, Marquinho dorme e eu preciso ir escrever.



Um comentário:

  1. E eu adoro ler o q vc escreve!! Ouço sua voz enquanto leio! Estarei na fila de autógrafos quando vc escrever um livro!

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