sábado, 26 de abril de 2014

Gerar X Ter ( sobre minha primeira experiência)

Eu insisto em dizer que somos diferentes. 
Eu não sou igual a você.
Podemos pensar e concordar com as mesmas coisas, podemos passar por situações parecidas... mas a pessoa , o cérebro, a alma que está em mim é completamente diferente de você. 
Por isso, não sinto o menor remorso em expressar a MINHA opinião sobre algo. Principalmente quando o assunto é maternidade. Tenho diferentes experiências sobre esse assunto, todas elas únicas.
Não acho que para ser mãe tem que gerar. Nem acho que para ser mãe, precisa necessariamente do nome "MÃE". Tem amiga,irmã , avó, pai, tia, padre, pastor, professora, e babá que é mãe , já vi até bicho ser mãe de gente. Basta ter esse instinto avassalador e incontrolável de cuidar de alguém muito além do que você cuidaria de você mesmo.
Escolhi gerar Caíque. Me preparei para ele. Preparei meu corpo e minha casa para recebê-lo. Preparei meu instinto e minhas tripas para defendê-lo de tudo e de todos. Eu quis muito ter Caíque. Quis de verdade ter esse "gene egoísta" para alimentar meu ego e pensar que de alguma forma ele é meu... tsc tsc ...bobinha!

Só é MEU o que eu "gero" em mim e fica dentro de mim. Como pensamentos, sentimentos e doenças... Pessoas , não!


Não precisa gerar a vida. Basta agarrar a necessidade de manter o outro vivo a todo custo! Pronto! Você é mãe!
Amo meu filho (os três, claro, mas nesse momento, estou falando dele, que é único, como pessoinha e experiência). Mas detestei estar grávida. (Parêntesis: (uso parêntesis para falar um parêntesis, bem pleonasmático mesmo!Ah! E também "invento"palavras para expressar algo que não consigo com as palavras que já existem...a hora de desistir desse blog é agora...antes que você saia por aí achando que "pleonasmático" realmente existe...pensando melhor...você está certo!Agora que eu criei existe sim!)...voltando ao meu primeiro parêntesis...  escrevo MINHAS opiniões, baseadas em MINHAS experiências, por favor, sem preconceito ou pré-julgamento...na paz!).
Algumas pessoas já me ouviram dizer isso, mas escrito, parece que soa mais feio...fica mais sério...vira documento, né?! Mas vou dizer. Na cara e na coragem! Gravidez PARA MIM foi doença sim. (sem revolta, sem raiva, nem arrependimento...tanto é que fiz tudo de novo com Noah)
Ficar enjoada, sonolenta, fraca, ter descolamento, não poder correr, pular, carregar peso...o corpo muda e se transforma para sempre. Você tem reações psico e patológicas nunca antes experimentadas, você se "embola" e qualquer roupa que veste fica parecendo brigadeiro chique de casamento, com aquelas forminhas cheias de plastiquinhos... além do medo de perder, de parar de mexer, do parto, da amamentação... Concordo com você que teve uma gravidez maravilhosa e deve estar pensando: "Que triste isso." Me lembro de cada ultrassom (só na gravidez de Caique foram 15. Fiz tanta ultrassom até hoje, que quando vou no mar meu útero conversa com os golfinhos-piada nerd). Lembro de todo alivio em cada um desses exames, lembro de sonhar sonhos pra ele, das roupinhas...claro que vivi as coisas boas da espera por ele. Mas o fato dele ter sido "gerado"dentro de mim não contribui ou é relevante de alguma forma para ele ser meu filho...meu primeiro "ser de amor". Meus filhos foram muito mais gerados no meu coração e na minha mente por escolha, do que em meu corpo. Vejo a gravidez como um caderno de caligrafia...uma parte do processo, algo que ajuda você a entender o básico e a perfeição do fim, mas não é essencial. Gerar meus filhos não representa em mim ser "mais"mulher, e nem mesmo ter "cumprido meu papel como tal"... Filho é muito mais coração do que útero.Todos eles.



2 comentários:

  1. Vou criar um blog: Pai de dois que valem por quatro. Parabéns pelo texto, inspiração não faltará.

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